quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O Auto por João Romário


A peça põe em diálogo as angústias da vida no sertão com a consolação que vem a reboque do amor sincero e da certeza da imortalidade. Não há espíritas ou doutrinadores em cena. Há apenas Espíritos, alguns presos à carne, outros não, vivenciando o drama da existência terrena em profunda conexão uns com os outros.
E é graças a esse intercâmbio incessante, revelado de forma poética, mas intensa, no texto e na construção das cenas, que uma trama romanesca, aparentemente corriqueira, ganha contornos de redenção espiritual, numa releitura profunda da própria saga do Cristo sobre a Terra. Mostrando que, a despeito dos pés rachados, é de alma inteira que o Espírito deve trilhar a expriência humana, no sertão ou no mar, na carência ou na fartura, sempre para além de si.
(João Romário - Crateús)